Professora quer climatizar escola que dirige atualmente, em Macapá.
Em 2013, ela comprou 16 ares-condicionados e 105 instrumentos musicais.
Em 2013, ela comprou 16 ares-condicionados e 105 instrumentos musicais.
John PachecoDo G1 AP
Aparelhos serão instalados nas 13 salas de aula da
escola Coaracy Nunes (Foto: John Pacheco/G1)
A professora aposentada Elba
Rosa Dias, de 64 anos, diretora da Escola Estadual Coaracy Nunes, no Centro de
Macapá, está repetindo o que fez em 2013, quando geriu a Escola Estadual Nilton
Balieiro. À época, com a venda de biscoitos, ela comprou 16ares-condicionados e 105 instrumentos musiciaispara a
instituição. Em nova escola, ela pretende, com a ajuda de alunos, professores e
comunidade, climatizar as 13 salas de aula do colégio que abriga cerca de 700
estudantes com idades entre 7 e 12 anos.
Elba calcula que deva
precisar de R$ 50 mil para pagar os aparelhos, já adquiridos em compra
parcelada, para a escola. Ela diz que pretende levantar esse valor vendendo
biscoitos à base de
trigo e manteiga, conhecidos como "Monteiro Lopes", além de produtos de limpeza, como desinfetantes e sabão, feitos dentro da própria instituição.
trigo e manteiga, conhecidos como "Monteiro Lopes", além de produtos de limpeza, como desinfetantes e sabão, feitos dentro da própria instituição.
Com a venda de biscoitos, Elba Rosa pretende
pagar climatização (Foto: Abinoan Santiago/G1)
"Já comprei as centrais
e agora a comunidade está ajudando porque parcelei de dez vezes.
Comprei no meu nome, mas assim que estiver tudo pago vou repassar para a escola e todas as salas serão climatizadas. Hoje, as crianças se sentem mal e ficam levantando toda hora.
Os ventiladores das salas são precários, e o aluno não sabe se estuda ou fica limpando o suor", falou.
Comprei no meu nome, mas assim que estiver tudo pago vou repassar para a escola e todas as salas serão climatizadas. Hoje, as crianças se sentem mal e ficam levantando toda hora.
Os ventiladores das salas são precários, e o aluno não sabe se estuda ou fica limpando o suor", falou.
A venda dos biscoitos, cerca
de 200 por dia a R$ 0,50, é feita dentro da escola. Os doces são produzidos
pela própria diretora. A fabricação do sabão, desinfetante e água sanitária foi
ensinada através de cursos para professores e alunos. O sabão é feito de óleo de cozinha
reutilizado. Com a produção de itens próprios e geração de receita, a diretora fala em
"auto-sustentabilidade" e economia de recursos do Caixa Escolar.
ensinada através de cursos para professores e alunos. O sabão é feito de óleo de cozinha
reutilizado. Com a produção de itens próprios e geração de receita, a diretora fala em
"auto-sustentabilidade" e economia de recursos do Caixa Escolar.
"Podemos fazer também a
nossa parte e não depender somente de recursos do governo.
Temos muito apoio aqui. Estou há dois meses aqui nessa escola e fui bem recebida pelos
professores e pelo corpo técnico. Quando dá, também achamos outras formas de arrecadar
dinheiro, como sorteios e rifas", destaca Elba.
Temos muito apoio aqui. Estou há dois meses aqui nessa escola e fui bem recebida pelos
professores e pelo corpo técnico. Quando dá, também achamos outras formas de arrecadar
dinheiro, como sorteios e rifas", destaca Elba.
Produtos de limpeza feitos dentro da própria escola, em Macapá
(Foto: John Pacheco/G1)
A iniciativa da professora na
escola também atraiu a atenção dos pais dos alunos, que
decidiram se incluir ainda mais no ambiente escolar. É o caso do eletricista Rodinaldo
de Oliveira, de 52 anos. Ele tem dois filhos na instituição, e se prontificou a instalar
as centrais e adaptar a rede elétrica das salas aos aparelhos. Segundo ele, todo o apoio
será voluntário.
decidiram se incluir ainda mais no ambiente escolar. É o caso do eletricista Rodinaldo
de Oliveira, de 52 anos. Ele tem dois filhos na instituição, e se prontificou a instalar
as centrais e adaptar a rede elétrica das salas aos aparelhos. Segundo ele, todo o apoio
será voluntário.
"É uma excelente ideia
que vai ajudar bastante nos estudos das crianças. Elas reclamam
e até passam mal. Não podemos só esperar do governo, temos que nos ajudar.
Não é para nós, é para nossos filhos. Se todos ajudarem vai melhorar ainda mais a escola",
frisou Oliveira.
e até passam mal. Não podemos só esperar do governo, temos que nos ajudar.
Não é para nós, é para nossos filhos. Se todos ajudarem vai melhorar ainda mais a escola",
frisou Oliveira.
A professora Nazaré Correa
defende que o bom ambiente e o conforto nas salas a partir da
colocação das centrais será um impulso no aprendizado das crianças. "É muito importante
que a comunidade participe do desenvolvimento intelectual, social e econômico da escola.
Nesse momento que estamos atravessando, de crise, não podemos esperar apenas pelo poder público", reforçou.
colocação das centrais será um impulso no aprendizado das crianças. "É muito importante
que a comunidade participe do desenvolvimento intelectual, social e econômico da escola.
Nesse momento que estamos atravessando, de crise, não podemos esperar apenas pelo poder público", reforçou.
O problema com o calor nas
salas não é exclusividade da Coaracy Nunes.
Um levamentamento da Secretaria de Estado da Educação (Seed) apontou que 102 das
402 escolas da rede precisam passar por reformas em que serão necessárias mudanças
nos sistemas de ventilação dos prédios. É que mesmo onde tem ventiladores, eles
não são suficientes paracombater o calor.
Um levamentamento da Secretaria de Estado da Educação (Seed) apontou que 102 das
402 escolas da rede precisam passar por reformas em que serão necessárias mudanças
nos sistemas de ventilação dos prédios. É que mesmo onde tem ventiladores, eles
não são suficientes paracombater o calor.
A previsão de início das
reformas é para 2016. De julho a novembro é o período mais
quente do ano no Amapá, onde a temperatura fica em torno de 35ºC, com sensação
térmica de 40ºC.
quente do ano no Amapá, onde a temperatura fica em torno de 35ºC, com sensação
térmica de 40ºC.
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