A palma ou dendém é o fruto dado pelo dendezeiro,
uma palmeira originária da África que foi trazida ao Brasil no século XVII e se
adaptou no litoral baiano devido ao clima tropical. A Malásia e a Indonésia,
por possuírem clima favorável, são os maiores cultivadores de óleo de palma do
mundo.
Dois tipos de óleos podem ser obtidos a partir do
mesmo fruto: o óleo de palma (extraído da polpa) e o óleo de palmiste (extraído da amêndoa). O rendimento de
óleo para o conteúdo que é extraído da polpa é de 22% do peso dos cachos e de
3% para o de palmiste, extraído da amêndoa. Sendo que a principal diferença
entre eles está no teor de ácido láurico, componente predominante do óleo de
palmiste e praticamente ausente no óleo de palma, e os teores de ácido palmítico
e ácido oleico que estão presentes em maior quantidade no óleo de palma.
A palma pode render anualmente até cinco toneladas
de óleo, ou seja, de cinco a dez vezes mais que qualquer outro cultivo
comercial de óleo vegetal, sendo um óleo muito produtivo, já que precisa de
menos da metade de terra que outros cultivos para produzir o mesmo volume de
óleo.
A extração do óleo de palma, também conhecido como
azeite-de-dendê, passa por vários processos operacionais. Primeiramente, os
frutos são colhidos e aquecidos a vapor, a fim de amolecer a polpa para
facilitar a extração do óleo e encolher parcialmente as amêndoas - o que
facilita a separação de sua casca. Os frutos passam por um digestor,
formando uma massa que é prensada, de onde se extrai o óleo de palma bruto.
Nesse momento, há a bifurcação da produção: o óleo bruto proveniente do fruto é
encaminhado para o desaerador, enquanto a torta de frutos - que é a massa de
frutos prensada sem o óleo bruto da palma, contendo as nozes (casca e amêndoa)
- dará início ao processo de extração do óleo de palmiste.
No desaerador ocorre filtragem do óleo para remoção
de resíduos de torta que possam estar ali e, em seguida, a substância é
armazenada em tanques a temperatura constante de 50°C, a fim de evitar a
solidificação do óleo de palma. No entanto, à temperatura ambiente,
apresenta-se sob a forma pastosa com coloração esbranquiçada. Quando no estado
líquido (basta aquecê-lo em banho maria) é um óleo de cor levemente amarelada.
O óleo obtido contém muitos ácidos graxos, como
ácido palmítico, ácido esteárico, oleico (ômega 9) e linoleico (ômega 6), além
de ser fonte de tocoferol e tocotrienol (vitamina E), que atuam como
antioxidante e também são ricos em betacaroteno (vitamina A).
O óleo em questão é utilizado em uma enorme gama de
produtos, variando de margarina e chocolate à velas, graxas e lubrificantes,
cosméticos e sabão.
Aplicações
É muito utilizado na indústria de alimentos e
cosméticos por apresentar propriedades antioxidantes(combate radicais livres) e de alta absorção, e por possuir
efeito de conservante natural, aumentando a vida útil dos alimentos.
Pode ser usado como matéria-prima para fazer sabões
e detergentes especiais (que ajudam na reconstrução da pele), protege e repara
danos causados pelo sol. Devido à presença de vitamina E, que é um antioxidante,
impede a destruição e oxidação das células da pele, ajudando a mantê-la com
aparência jovem e saudável. Protege do envelhecimento precoce e atua no combate
às rugas e linhas de expressão, trazendo muitos benefícios à pele. Também
apresenta propriedade bactericida, ajudando a regenerar tecidos com cortes ou
ferimentos.
O óleo serve como um ótimo aditivo para cabelos
ressecados e com frizz, podendo ser misturado com cremes de hidratação,
potencializando seus efeitos, ou usado na forma pura. Em cabelos cacheados, ele
ajuda na definição dos cachos, deixando-os brilhosos e macios.
No entanto, esse tipo de óleo é mais indicado para
cabelos ruivos, afros ou escuros, pois pode amarelar cabelos claros devido sua
forte coloração. Loiras devem fazer teste em uma pequena mecha antes de usá-lo.
Mas lembre-se sempre de utilizar os óleos vegetais
na sua forma pura, pois apresentam mais nutrientes e são livres de substâncias químicas que podem ser nocivas à saúde, como
caso dos parabenos.
Na indústria de alimentos, seu uso é muito extenso.
Desde chocolates e sorvetes até margarinas e alimentos industrializados, pois a
substância proporciona ótima textura e crocância. No Brasil, o óleo de palma ou
azeite-de-dendê é muito utilizado na culinária baiana, nos acarajés, vatapás e
outras receitas tradicionais.
Ambiente
Por ser um óleo muito usado em diversos setores
industriais, seu consumo é muito elevado e, consequentemente, há uma alta
produção desse tipo de óleo.
O fato é que o plantio da palma é considerado um
dos maiores responsáveis por desmatamentos dos tempos atuais. Principalmente na
Indonésia e Malásia, que antes abrigavam espécies protegidas e grande
biodiversidade, e agora sacrificam suas florestas para converter em plantações
de óleo de palma por conta da renda adquirida com a exportação desse produto.
Algumas plantações de palma foram desenvolvidas sem
prévia consulta às comunidades locais sobre o uso da terra, sendo responsáveis
por retirarem as populações nativas de suas terras. O desmatamento da
biodiversidade também prejudicou o habitat de animais ameaçados de extinção,
como o tigre-da-sumatra, o rinoceronte asiático e o orangotango.
Essa situação deu origem à Mesa Redonda para Óleo de PalmaSustentável, a RSPO,
uma organização que desenvolveu um conjunto de critérios ambientais e sociais a
serem cumpridos pelas empresas, visando uma melhoria na produção do óleo de
palma. Esses critérios ajudam a minimizar os impactos negativos de cultivo de
óleo sobre o meio ambiente e as comunidades.
Um dos critérios da RSPO estabelece que nenhuma área florestal
que abrigue biodiversidade (como espécies em extinção) ou áreas fundamentais
para as comunidades, poderão ser desmatadas.
O cumprimento desses critérios tornam as empresas
aptas a receber o Certificado de Óleo de Palma Sustentável (CSPO) e somente
após a certificação os produtores podem proclamar que produzem óleo de palma
sustentável.
Portanto, antes de utilizar ou consumir produtos
que contém óleo de palma, certifique-se que o mesmo está registrado pela RSPO,
pois será um óleo de palma sustentável, que não prejudicou o meio ambiente.
Você pode encontrar o óleo de palma sustentável na Loja eCycle.
Descarte
Vale ressaltar também que o descarte indevido de
óleos provoca sérios impactos ambientais, principalmente na questão de
contaminação da água. Dessa forma, o descarte de óleos vegetais em ralos e pias
é inadequado, pois pode causar diversos riscos ambientais e também entupimento
nos encanamentos. Portanto, em caso de descarte, procure pelo local correto
para esses produtos, coloque os resíduos de óleo em um recipiente plástico e
leve a um ponto de descarte para que o óleo possa ser reciclado.
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