Maurício Lopes
defendeu conhecimento, tecnologia e cooperação para a sustentabilidade na
agropecuária
POR RAPHAEL SALOMÃO, DE SÃO PAULO
O
presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício
Lopes, disse que o agronegócio tende a
ser cada vez mais complexo e desafiador. Ele fez uma apresentação durante a
cerimônia de entrega do Prêmio Fazenda Sustentável, promovido pela revista
Globo Rural para reconhecer as boas práticas na agropecuária brasileira.
“Não podemos deitar em berço esplêndido. Desafios substanciais
estão no radar e teremos que ser inteligentes para lidar com isso”, disse
Lopes, mencionando entre esses desafios, as mudanças climáticas e a necessidade
de promover a agricultura de baixo carbono. “O futuro é insumo crítico e vai
recompensar quem estiver disposto a aprender.”
Lopes destacou que o tema da sustentabilidade entrou na agenda
da sociedade de forma definitiva, mas que, no caso da produção agropecuária,
não é uma novidade. O presidente da Embrapa lembrou que, nos últimos 40, 50
anos, o Brasil saiu de uma situação de dependência de alimentos importados para
ser fornecedor.
“Conseguimos transformar grandes porções de
solos pobres em terras produtivas; tropicalizar cultivos, adaptando-os à nossa
realidade. Temos uma plataforma única de sustentabilidade temos que dizer isso
ao mundo em alto e bom som”, disse Lopes. “Nenhum país fez a agricultura
conservacionista crescer como o Brasil.”
O presidente da Embrapa destacou ainda que a evolução da
produção agropecuária brasileira levou a conquistas sociais, outro dos pilares
da sustentabilidade, como a redução dos preços de alimentos que compõem a cesta
básica. “Isso é sustentabilidade, agricultura contribuindo com o pilar social,
trazendo diversidade de alimentos e gerar excedentes para ajudar o país a fazer
poupança.”
Desafios
Mesmo ressaltando as conquistas, o presidente da Embrapa não deixou
de mencionar os desafios que o setor terá pela frente no que diz respeito à
sustentabilidade. Entre eles, a adequação ao novo código florestal, combate ao
desperdício, além do desenvolvimento tecnológico.
“A população no campo está cada vez mais rarefeita. Vamos ter
que caminhar na direção da automação e, assim, atrair uma geração de jovens
para o trabalho no campo. O trabalho menos penoso é fundamental para a
sustentabilidade”, disse.
"O futuro é insumo crítico e vai recompensar quem estiver
disposo a aprender" (Maurício Lopes, presidente da Embrapa)
Lopes mencionou ainda
a necessidade de associar a qualidade da produção agropecuária à saúde e à
nutrição. “O setor será pressionado a prover alimentos com mais qualidade
nutricional.”
O presidente da Embrapa defendeu ainda a importância das
políticas públicas para superar os desafios do setor no futuro. E a necessidade
de aprimorar sistemas de informação e inteligência voltados ao agronegócio, com
o objetivo de entender os mercados e antecipar tendências.
“A complexidade vai marcar o futuro do agronegócio e isso vai
exigir acesso a conhecimento, aprimorar essa base de conhecimento e cooperação
entre instituições.”
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